Num mundo paralelo, eu desci as escadas depois daquela troca de olhares – a mais intensa troca de olhares que tive em anos – e depois de ter olhado para trás e ter reparado que acompanhavas o movimento do meu corpo sobre os degraus de madeira que me levaram ao primeiro andar…
Num mundo paralelo, eu – após ter descido as escadas – pedi-te desculpa pelo atrevimento e disse-te isso mesmo:
- Esta foi a troca de olhares mais intensa dos últimos anos da minha vida.
E num mundo paralelo, talvez te tenha dito que tens uns lindíssimos e expressivos olhos negros…
E nesse mesmo mundo paralelo, puxei de uma caneta que trago sempre no bolso do casaco e deixei-te o meu número de telemóvel, admitindo que o pudesses deitar fora no preciso instante em que te deixasse sozinha…
No dia seguinte, talvez ligasses ou deixasses uma mensagem, não sei, nunca hei-de saber!!!
Mas assim, sei que não ligas de certeza, porque eu não tive a espontaneidade, ou a coragem – ou seja lá o que for que me faltou – de ter descido essas escadas…
Por que estou arrependido?!
Porque, regra geral, só me arrependo daquilo que não faço…
quarta-feira, março 08, 2006
Num mundo paralelo
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